InovaEduca » Desafio da educação 3.0 é debatido em congresso
Publicação: 11/03/2013 14:08 Atualização: 11/03/2013 14:49
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| Durante palestra, o professor Hunter College na Universidade de Nova York Jim Lengel convocou a plateia a vislumbrar como será a sala de aula 3.0. InovaEduca/Divulgação |
O
principal tema de discussão do congresso InovaEduca3.0 Recife são os
desafios da educação 3.0. Como a tecnologia pode se fazer presente no
cotidiano de alunos, professores e gestores? Como as novas gerações, que
já nascem dentro de uma cultura tão tecnológica, podem ser atraídas num
ambiente escolar? Estas são algumas das questões debatidas durante o
painel principal da manhã desta segunda-feira (11) durante o evento, que
acontece até o início desta noite. O encontro reúne docentes,
estudantes e outros profissionais da área para assistir a palestras e
oficinas. No entanto, quem estava no palco, acabou com a função de
instigar a plateia e sugerindo ideias e caminhos, e não uma fórmula
rígida a ser seguida a risca.
Após a abertura do evento, realizada pelo o secretário de educação de Pernambuco, Ricardo Dantas, o professor da Universidade de Minnesota John Moravec apresentou uma cronologia da educação 1.0 até a 3.0. “A escola surgiu para formar as pessoas para o trabalho”, explica o docente sobre a primeira fase. Na etapa 2.0, a evolução do ensino fez com que surgisse a criação e o compartilhamento de conteúdos.
Ao chegar na fase 3.0, Moravec explica que é o futuro próximo. “O paradigma ainda não está pronto”, conta. Para isto, o professor ressalta que a tecnologia deverá estar presente em todos os locais. “Pois podemos aprender em qualquer lugar”, complementa.
Para a chegada da educação 3.0, o papel do professor deverá ser de reunir e focar em como aprender. “É a democratização da escola. Qualquer um pode ensinar e qualquer um pode aprender. Alunos e professores devem trocar conhecimento. É o construtivismo potencializado pela tecnologia”, avalia. E para que isto seja colocado em prática, Moravec sugere uma busca de novas formas de tecnologia. “Precisamos de pessoas que organizem estas informações”, diz.
Em relação ao cenário atual, Moravec criticou as escolas que confiscam celulares, tablets e outros equipamentos tecnológicos. “As escolas não estão seguindo a sociedade 3.0. Elas estão presas ao modelo 1.0”, explica.
Após Moravec, a plateia ficou com a palestra do professor da Hunter College na Universidade de Nova York e consultor na área Jim Lengel. O docente começou sua fala também com uma comparação e evolução do trabalho e da educação 1.0 até a 3.0.
“No trabalho 3.0, as pessoas trabalham e resolvem problemas em pequenos grupos e robôs fazem o trabalho mecânico. Nestes ambientes, as pessoas coletam informações de várias fontes, são multitarefa e interagem e conversam com todo mundo”, conta Lengel antes de falar sobre as escolas de hoje.
Sobre as salas de aula de hoje em dia, no caminho da educação 3.0, os estudantes ainda são colocados em grandes grupos, todos fazem as mesmas atividades ao mesmo tempo e não têm vínculo com o mundo exterior. “Os estudantes não estão felizes. A educação não mudou. A escola ainda não se reinventou”, critica.
Para mudar este cenário, Lengel diz aos professores e gestores, com bastante ênfase neste último, que pense, imaginem, vislumbrem como deverá ser esta escola. “Só ter um tablet é a resposta? Ou os alunos devem programar robôs desde a idade mais tenra? O quadro é digital? Ou o professor nem está presente? O trabalho é realizado dentro ou fora da escola? Como deve ser a configuração deste ambiente escolar 3.0?”, diz o docente, sendo bem provocador.
Em seguida, Lengel exemplificar um modelo de escola 3.0 em que uma jovem já é acordada por uma mensagem em seu smartphone para lembrar de seus trabalhos escolares. Em seguida, a moça, chamada de Sally, utiliza vários recursos tecnológicos com a única finalidade de aprender. “Cada escola deve ter a sua visão”, encerrou sua palestra convocando todos a pensarem na escola de hoje e do futuro.
O painel da manhã foi encerrado pelo professor da Universidade de São Paulo (USP) Romero Tori. Para ele, o esforço de professores e gestores tem que ser em disponibilizar uma sala de aula diferente da realidade atual. “As tendências são em aplicativos móveis, aprendizagem baseada em jogos digitais, reconhecimento de gestos e realidade aumentada”, revela.
Para conquistar os alunos, Tori reforça a importância da tecnologia invisível. “O aluno fica mais próximo ao conteúdo e mais próximo do professor”, explica. Entre as tendências, o docente da USP reforçou o uso da realidade atual. “As pessoas ainda considera esta tecnologia distante”, alerta. Esta tecnologia, como exemplificou Tori, pode ser utilizada para treinamentos, visitas a museus e até em projetos como promover a interação com uma simples folha de papel.
